quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

O ano novo

(Não é um texto inedito, já publiquei aqui, mas achei que a ocasião merece e por isso resolvi dar um repeteco)


O ano novo!!!

O frenesi dos últimos dias de um ano é tamanho que parece que se trata do fim de uma era. Como se nas badaladas da meia noite do dia trinta e um de dezembro o mundo fosse simplesmente acabar levando com ele tudo de ruim e ao primeiro minuto do dia primeiro de janeiro surgisse um novo tempo perfeito em de acordo com as expectativas de todos.

O que será que faz as pessoas sentirem que tudo pode ser diferente simplesmente pelo fato do fim de um ano e início de outro? Será que existe a idéia de que possa haver uma combinação cósmica dos astros que fará o mundo girar diferente liberando alguma substância capaz de mudar o que não podem fazer por si só? Pode ser. Mas o que fica esquecido, ou talvez não lembrado, é que a cada dia nasce uma nova oportunidade de fazer acontecer. Não é preciso esperar o primeiro de janeiro.

O ano novo tão comemorado e saudado não acabará com as dificuldades nem tão pouco trará o milagre das soluções. As esperanças não precisam se prender a ele. As respostas não virão com a mudança de calendário, elas estão dentro e não fora e não será a chegada de um novo ano que fará com que sejam encontradas.

A vida é mutável, não dá trégua, o tempo passa dolorosamente rápido podendo trazer a dor do desperdício das oportunidades não vividas, mas também a possibilidade de ser feito o que ainda não foi e de mudar o que não agrada. E assim a vida passa sem esperar, porém renovada e dando a mão a quem coragem e força tiver para correr sem esperar, por que ela não espera, ela vive.

O primeiro de janeiro é só mais uma etapa da jornada que se inicia a cada raiar do dia, mas não se acaba no anoitecer, apenas descansa para renascer no novo amanhecer. Feliz de quem sabe ver e sentir a oportunidade que a vida dá a cada minuto vivido. Mas quem tem que esperar o início de cada ano para começar a viver corre o risco de permanecer no eterno e angustiante aguardo, por que até resolver o que fazer o ano já ficou velho e terá que esperar pelo próximo.

O ser é verdadeiramente sábio quando vive cada minuto de seu tempo como se o último ele fosse, porém com a intensidade da durabilidade eterna.

 

“O passado é história, o futuro é mistério e o hoje é uma dádiva por isso se chama PRESENTE”. (Frase lida em um folheto da sala de espera de um dentista).

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Volto já...

Estou envolvida com alguns projetos, das letras é claro, e por conta disto não tenho aparecido muito por aqui, mas estou com o coração ligado na emoção!

Já já estarei voltando!!!!

 

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Limitações na independência


Ser independente...

Como conviver com as limitações da independência?

Como admitir necessitar de ajuda dentro da tão onipotente autonomia?

Difícil tarefa a de receber ajuda para quem vive e luta por ser independente e de repente se depara com limitações que lhe impõem aceitar ser cuidado por mãos alheias, sem que isso lhe impute uma culpa de estar fazendo uso de tais préstimos.

Aceitar que a tão almejada e desejada independência tem restrições, por vezes intransponíveis, não é fácil e exige sabedoria e desprendimento. Sofre quem não consegue ver que não há culpa em precisar receber ajuda.

Saber reconhecer a necessidade de ter que receber auxílio é difícil por embutir o sentimento de não ser capaz de ser dono da própria vontade, de ter que saber esperar, de ter que aceitar as coisas feitas de forma diferente das determinadas pela própria vontade, é saber aceitar...

Toda independência, por mais independente que seja, não será tão única e absoluta que nunca venha a necessitar de uma mão para lhe servir ajuda.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Lado A, Lado B e mais alguns...


Não adianta dizer que você não tem. Todo mundo tem dois lados, quiçá três, quatro, ou mais, vai saber.

Faces de opiniões distintas por vezes de naturezas opostas que desnorteiam o ser o puxando de um extremo ao outro dificultando sua decisão.

 Sempre haverá mais de uma resposta para qualquer que seja a pergunta e quando depois de muito pensar e escolheres uma, vem algum outro lado que não foi consultado querer opinar e aí pronto, começa tudo de novo outra vez. Mas é essa inconstância que alimenta a angustiante tarefa do viver que por si só já é regada de pura ansiedade e inquietude.

A vida clama pela falta de coerência, pela dúvida. Quem tem certeza não tem nada. Nada é tão definitivo que não possa ser alterado.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Morte, Vida

Tudo um dia chega ao fim! Mas o que é o fim além do inicio de um novo recomeço? Tudo passa, a vida se vai e ficam as lembranças, a sabedoria de uma vida bem vivida. Não há como prever o fim, por isso Coma, Beba e Viva intensamente, porque passaras muito tempo morto. Viva a vida e salve a morte!

terça-feira, 14 de agosto de 2012

O Hoje

Hoje é tempo presente, inadiável e intransferível.

O que não viveres hoje jamais viverás amanhã por mais parecido que possas achar que seria.

Na vida nada se repete ou tão pouco pode ser adiado. Tudo passa com a velocidade dos acontecimentos que não são possíveis de serem brecados ou amortecidos. Não há como adiar o tempo ou querer pular etapas, guardar dias na gaveta para vivê-los depois.
O hoje tem energia própria, como o amanhã e o ontem também têm cada um em sua frequência e sintonia que não se misturam nem se transferem.

O hoje jamais voltará. Nem suas lembranças serão iguais, pois já terão o valor latente do passado que é o tempo em que estarão presentes.
Ficar a correr atrás do hoje perdido só servirá para permanecer a desperdiçar todos os outros hojes que virão.

“Hojes” não vividos são dividas que não se pagam. Melhor jogar fora e buscar o que se pode ter no hoje de hoje no lugar de querer procurar no hoje do passado que nunca irá voltar.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Quando se alcança os objetivos


Os objetivos são objetos de cobiça, passa-se a vida a procura de poder atingi-los e alcança-los. São vistos como verdadeiros tesouros, alvo da conquista mais querida e merecida.

E quando finalmente são alcançados, o que fazer? Como encarar o dia seguinte da conquista do tão almejado alvo?

O caminho de busca do objetivo ao mesmo tempo em que pode ser desgastante, pode dar proteção e abrigo as fraquezas advindas do medo de não atingi-los, ou o de não saber o que fazer com eles quando alcançados. Tal amparo, por vezes é tão acolhedor, que pode levar o SER, de uma maneira inconsciente, a estender ao máximo o caminho por receio de ao chegar ao fim e o objetivo atingir sentir-se perdido sem mais nada ter por conquistar. Daí cabe-se pensar que o mais importante é sim o caminho e não a linha de chegada, mas não deves por isso ao pódio não querer chegar, porque a vida é feita de várias chegadas e não é porque atingiste uma que não podes ir à busca de outras mais.

O objetivo alimenta o sabor da conquista, mas amedronta. É tido como o fim da linha, o termino da missão, como se alcançá-lo desse por terminada a possibilidade de futuras conquistas.

Os objetivos deveriam ser o combustível de continuar a seguir e não um marco do encerramento.

Ter objetivos alimenta o viver, estimula e ilumina o olhar da procura, fortalece a superação das dificuldades.

Ter objetivos é estar vivo, morre-se quando se deixa de tê-los.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Ocasiões

Há ocasiões que surgem situações em que simplesmente não se sabe o que fazer. Momentos que de nada servem todo conhecimento e experiência adquiridos durante a vida e impotente se fica diante dos fatos que se apresentam como definitivos e irrevogáveis. E por mais que se pense nenhuma solução é encontrada e o desespero toma conta do SER que fraco e desorientado se torna de tanto buscar por respostas que não encontra.

Mas a vida é cíclica e o mundo é redondo, graças a Deus. E todo ciclo, bom ou ruim, um dia chega ao fim. As respostas vão vir, porém não necessariamente na hora em que buscas por elas, mas virão. Nada é tão definitivo que não possa ser alterado e superado, mesmo que sintas que não há nada por fazer.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Sofrimento

Saber que o sofrimento virá, é tão certo quanto que a morte existe e que um dia vai chegar.

Podes passar a vida inteira sem que um sorriso seja dado, mas ao menos uma lágrima dos olhos certamente brotará.
Não há de haver ninguém, seja lá onde for que não tenha sorvido um gole que seja do cálice do sofrimento, por mais imune que pense ser.

 Ele é inerente à vida, não há existência sem ele. Mas há escolhas, caminhos, atalhos para atravessá-lo e não nele mergulhar e para sempre querer ficar.
Ele faz parte, mas não é o absoluto e único fator a reger a história.

Ele chega, mas não tem que ficar a minar e a manchar o límpido da vida com sua tinta que encarde por onde quer que passe.
Sinta-o, deixe-o entrar até as entranhas, mas depois o jogue fora. Permita que ele se vá, não queira segurá-lo como amuleto de proteção de futuros infortúnios. Poderá estar correndo o grande risco de acumular amarguras emaranhando-se ao ponto de não mais poderes escapar e sucumbido terminar por ficar.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

O saber dizer não

Palavra tão pequena o “não”, porém de significado forte e difícil de ser dita principalmente assumida sem culpa e sem medo de ferir.

Por que é tão aterrorizadora a palavra “não”? Pois não é somente a forma de expressar que não queres algo? O que será que vem junto com esta afirmativa que causa tamanho receio?
O “não”, não é um excludente de sentimentos. Não há necessidade de concordares com tudo para provares que amas e mereces amor.
Será que ocultando o “não” que lateja em ti por coisas que não queres lhe fará ser benquisto?
Será mesmo que precisas ser aceito por quem não suporta ouvir de ti um “não”?
Cada “não” que deixas de dizer para algo que não queres, é um “não” que diz para as tuas verdades, para tua essência. É uma negação ao teu ser.
O dizer “não”, diferente do que possa parecer, não é uma negação e sim uma afirmação para o que não queres.
Não há ofensa em dizer “não”, não é feio, nem tão pouco ofensivo.
Talvez o grande segredo, seja saber identificar o “sim” que há dentro de cada “não”. O “sim” a vontade do querer e o “sim” a negativa do que não se quer.
O temor do dizer “não” pode estar ligado ao desejo de encobrir os medos e inseguranças provenientes das incertezas em assumir as próprias vontades e anseios devido aos riscos que tais escolhas têm embutido.
O pior “não”, é o não que se diz ao próprio ser o impedindo de ser o que realmente é. O “não” que faz com que tenhas que engolir todos os teus desejos e aspiração em troca de uma aceitação que nada tem a ver com o dizer “não”. Para que sejas aceito, tens que saber ser um ser de verdade, e isso inclui saber dizer “nãos” e “sims” ao longo da vida que estará sempre a lhe cobrar respostas e escolhas.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Quando as amarras caem...

O sonho de toda criança é tornar-se adulto, para com isso conquistar a tão almejada independência e domínio da própria vida. Mas não têm a consciência que atrelado ao premio da conquista perdem, talvez o que possuem de mais precioso, a inocência e espontaneidade.

Triste preço o que se paga para sair da infância e ingressar no reino dos “sábios” da maior idade. Mas a peculiaridade dos primeiros anos de vida não está perdida, apenas adormecida em algum lugar do temido inconsciente dos que já cresceram e reaparece tão mais que de repente quando o mesmo inconsciente trai a quem pensa a ele dominar. Nesta hora, afrouxam-se as amarras que sustentam o efêmero corpo de proteção criado para a vida adulta poder suportar, fazendo com que as fragilidades pertencentes ao mundo distante da velha infância “esquecida” aflorem como nervos expostos sensíveis ao toque dos sentimentos mais profundos.
É quase que prazeroso ter os “alicerces” construídos com tanto empenho e “certeza” abalados para poder desfrutar de momentos, cada vez mais raros, avessos ao do curso de perenidade de equilíbrio imposto a vida adulta. O quase é ponto chave de tal afirmativa, visto que o prazer, por mais prazeroso que venha a ser, é visto como sendo um deslize, não pertencente a vida madura. Desta forma, tem que ser disfarçado, sentido meio que sem querer para rápido poder recuperar as amarras, que por um lapso se deixaram apanhar pela fragilidade infantil e a vida de seriedade continuar a seguir.

Mas será que é isso mesmo que tens que fazer? Aprisionar a criança que há dentro de ti, que luta ferozmente para sair e compartilhar da vida adulta tão almejada?

Será que o Ser maduro julga o Ser criança desapropriado para da vida madura poder participar? Ou será medo que esse Ser tão simples e direto lhe aponte o quanto de tua essência tens te afastado?

Será que não podem juntos conviver? Um com a seriedade necessária a vida adulta e o outro com espontaneidade infantil que alivia e atenua o rigor do mundo dos de maior idade?...
Será que esquecestes que dentro de ti há espaço para todos os teus “eus”, que não precisas matar um para que o outro tome seu posto?

És vários dentro de um só...

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Retornos


"Felicidade é a combinação de sorte com escolhas bem feitas."

 (Frase de grande valor e iluminada sabedoria da admirável escritora,Martha Medeiros, a quem muito aprecio e peço licença para pegar um gancho.)


 

A sorte contribui, as escolhas favorecem, mas o merecimento acrescenta. Os retornos obtidos na vida, sem sombra de duvida, são respostas advindas das atitudes tomadas ao longo de seu percurso.

terça-feira, 12 de junho de 2012

A tal da TPM

Afinal de contas quem é essa tal de TPM, que chega sem ser chamada se instala e manda nos sentimentos e emoções como se deles fosse dona e senhora?

É uma entidade, quase pode ser tocada de tão concreta e presente que se torna.
É um SER que vem e desarruma tudo, fazendo parecer que o mundo mudou de cor e de sentido. Faz os sentimentos brotarem com mais intensidade, a tolerância minguar e a emoção aflorar.

É uma injeção de adrenalina entremeada com doses duplas de anestesia fazendo com que sua possuidora vá do êxtase a depressão em frações de segundos, reação para droga nenhuma botar defeito.
Derrama no rico e vasto universo feminino, que já não é simples, um turbilhão de estímulos quase indecifráveis de muito difícil compreensão, principalmente para aquela desesperada que está em sua árdua estrada a trafegar.

Graças aos céus, a tal Senhora baixa na terra por um curto período de tempo logo sendo chamada de volta ao umbral das sensações inconstantes e indefinidas de onde nunca deveria ter saído.
Ela tem lá seu certo charme cravado em sua inconstância constante que vulnerabiliza ao mais resistente dos sentidos.

Por vezes pode ser tão marcante, que quando se vai deixa a sensação de um vazio gostoso, como se uma amarra tivesse sido desfeita e sua presa liberta.
Mas não dá para do mundo feminino querer participar sem com a tal Senhora suportar conviver. Tentes de mansinho, faze-lhe um carinho, ela não é tão feia quanto parece, é feroz, mas também é carente e afetiva. Mas não se apaixone por ela, pois quando menos esperar ela some na poeira levando com ela todo seu charme contido em sua tão intermitente instabilidade.


quinta-feira, 31 de maio de 2012

Perdi meu rumo

Tão distraída estava que perdi meu rumo e atordoada me peguei sem saber que direção haveria de tomar.  E no descompasso de minha indecisão, ponguei no rumo oposto ao que deveria ser o certo no julgamento de minha consciência, praticamente certa de que estava errada, mas fui.
Mas logo dei por mim e regressei.
Onde será que iria dar se seguisse em frente no lugar de ter retornado? Nunca saberei...
Pobre de mim que por medo de seguir pelo caminho “errado”, abandonei-o ao Deus dará sem nem ao menos querer saber aonde iria me levar.
Se virei a direita no lugar da esquerda algum motivo deveria ter, mas a razão me puxou pelos cabelos e me fez voltar a luz da exatidão não permitindo que fosse levada pela dissimulada voz do coração.
Coragem queria eu ter para seguir sem saber por onde, sem rumo, sem meta, sem direção.
Seguir, só seguir, sem pensar, sem ponderar.
De certo que mais exposta aos riscos e suscetível as suas garras haveria de estar, mas quem foi que disse que proteção também não é um risco? Risco de não viver, risco de não ousar, risco de nunca saber o que haveria de ter sido.
Fechar os olhos e abrir o coração pode te levar a lugares condenados pela razão pelo simples fato de não poderes admitir que queres ir, é aí que vem o teu amigo inconsciente te dar uma mãozinha e tu te perdes no caminho. Mas quando lá no desconhecido estás desfrutando da agonia do não saber, vem ela, a implacável consciência e te puxa de volta e tu sem coragem de enfrentá-la e mandá-la embora, consentes ser arrastado de volta ao mundo real ficando sem saber o que deixou no obscuro do desconhecido e tão desejado por ti.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Mulher...

Me leva, me doma, me arrasta,
Não quero, não vejo, mas vou aonde você me quiser.
Só sei sentir, não quero saber. Só quero te amar, sem ter que explicar, sem ter que pensar.
Sou sensível, inconstante, me faço de forte e choro escondido, escondido de mim mesma, tentando ocultar não sei o que de não sei quem...

Sou mulher...
Amo poder amar, mesmo que seja sem alvo, pouco me importa se meu amor não chegar a ti, vou continuar a te amar até a eternidade perdida no infinito da minha vontade.
 Vou seguindo pela estrada sem rumo, sem direção, não sei se vou chegar, o que realmente sei é que quero prosseguir.
E se você lá estiver, lá do outro lado com os braços abertos a me esperar meu coração do peito saltará de felicidade e em teus braços hei de viver de amor sem em mais nada ter que pensar.
Sou mulher...
Sou filha da emoção, não me cobres razão, não me peças ponderação, não esperes de mim coerência. Não me olhes com certeza... mas não me deixe ver seu olhar duvidoso.
Aceites minha angustia sem causa, meu medo do nada, minha ansiedade pelo tudo dentro do vazio, minha certeza absoluta pelo o que ainda não sei ao certo.

Não me abraces querendo o beijo. Abrace-me com vontade do abraço receber. Quando for o beijo teu desejo, simplesmente roube-o de mim, não me dê chance para pensar, me arraste em teu ímpeto de querer beijar.

Sou ousada, reprimida, determinada, claudicante, teimosa, condescendente, amorosa, raivosa, impaciente, amante, amiga, companheira, presente, distante...

Ah... não queiras a mim definir, não vais conseguir. Queiras apenas me amar e me sentir com todas as minhas inconstâncias. Posso muitas coisas sobre eu mesma não saber definir, mas quanto ao amor, ah... sobre isso certamente irás ver que não restará dúvida que a ele me entrego sem dó nem piedade, mergulho e vou até o fundo sem saber aonde vai dar. Mas cuidado! Quando quero, quero. E quero muito, não me venhas com migalhas de amor para tentar me ludibriar, ame-me com fervor ou deixe-me só para no amor poder me afogar e morrer nos braços da emoção transbordante do ser mulher!

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Ser sem saber se és

Ser um “ser” no Universo sem saber quem és e muito menos se realmente és.

Ser é óbvio, mas saber o verdadeiro posicionamento nem sempre é tão claro.
Estais no centro, no teu centro, que gira em busca dos porquês e das razões.
Oh... pobre de ti que queres ser, sem se importar se podes ser o que queres ser.

Queres o mundo? Mas que mundo será que te queres? É legítimo teu anseio, ou apenas estás a construir um atalho para do campo real poderes fugir e emergir do caos sufocante que vives e não podes mais suporta? Podes sair pela porta, mas não pela fresta de tua mente que tentas no desespero abrir para salvar-te do abismo de tua existência.
Afinal quem és tu? O que queres provar e a quem?
Procuras, foges, pensas achar e mais perdido ficas em busca do teu ser e no desespero entras no negro labirinto da medíocre e estúpida certeza torta de quem se acha onipotente e absoluto.
Ah... pobre mente, fria e vazia, perdida na vastidão ilusória dos seres solitários que se acham presos na eterna teia da razão inflexível que sufoca e os impede de desfrutar da verdadeira e sábia razão de viver.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Enfrentando as adversidades

Há coisas na vida que não se pode prever, nem muito menos evitar, só restando enfrentar.

As adversidades, são “seres” independentes, surgem sem permissão e põem-se a cumprir seu impiedoso papel de infortúnio.

Elas são imprevisíveis, incontroláveis, mas não absolutas. Para sobreviver a elas é preciso enfrentá-las, não permitindo que sejam onipotentes.

São difíceis, duras, mas não impossíveis, fazem parte, mas não são o todo.

Enfrentar as adversidades é um exercício necessário para não por elas se deixar vencer. Olhá-las de frente, bem nos olhos, e crescer diante de sua dura e cruel infelicidade que a faz ter a amarga e falsa certeza de que pode mais. Pobre dela.

As adversidades existem e sempre estarão pelo caminho cutucando a vida que se sábia for a empurrará tirando-a da frente e o caminho continuará a seguir.


terça-feira, 3 de abril de 2012

Feridas que sangram eternamente

Feridas que sangram para sempre, enquanto a mágoa não seca.

Não há remédio para mágoas não resolvidas, para culpas sem culpados, para dor sem foco.
Pode-se até conviver com elas, fazer de conta que não existem, mas elas lá estão como que num estado de camuflagem, disfarçadas, fingindo não ser, mas são. E são cruéis, insensíveis a impotência do “resolver” que nada pode fazer, a não ser sentir.
Como viver com a angústia do não saber como sanar o que não há como ser curado, mas dói impiedosamente?
A dor maltrata não te deixa dela esquecer, a todo tempo se mostra e te esfrega na face as perguntas que as causas das feridas não te deixam responder.
Não há remédio para fazê-las sarar, não há como estancar o sangue que delas escorrem, porque elas não querem se curar. De nada adianta quereres delas cuidar se elas próprias lutam para vivas permanecerem e a todo tempo quererem a ti atingir formando novas e dolorosas feridas insanas de cruel dor.
Pare de lutar contra o que não quer ser vencido, passe em ti o antídoto para novas feridas não surgirem e deixe as já existentes para trás perdidas na sua solitária amargura, por mais difícil que possa ser. Não permita que a dor que não tens como controlar nem extinguir lhe cause novos sofrimentos.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Não tente mudar o que não quer ser mudado

Perda de tempo querer mudar o que não quer ser mudado, melhor aprender a conviver, ou simplesmente desistir se muito mal estiver a lhe fazer.

Não há como alterar o curso do que já tem seu caminho traçado independente da tua vontade. E afinal quem foi que disse que és tu que estás certo? Que és tu que anda na direção correta e não o que queres mudar? Mude teu rumo, adapta-se, procure o melhor lado do travesseiro, seja feliz com o que dá para ser, não queiras mudar o mundo para só então poder viver, vais morrer sem conseguir.

Viver não é tarefa fácil, mas possível. Mas também quem foi que te disse que seria fácil? Se houve alguém, mentiu.

Nada, nem ninguém mudam por alguém, a mudança só acontece para satisfazer a quem muda.

Oh vida de lamentos e pensamentos insanos que correm atrás das alterações e deixam de lado o real que do lado bate e pulsa querendo existir por muitas vezes sem ser visto e sentido.
Persistir na busca da mudança do que achas que deve ser alterado, sem primeiro saber se teu alvo está disposto a tal transformação só frustração e angustia te trará.

Não insistas em querer mudar as respostas antes de fazer as perguntas a quem de fato tem que respondê-las.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

A vida é feita de fases

De fases é feita a vida, que começam e terminam em seu próprio tempo.

Não há aviso, nem ao menos um prenúncio. Quando menos esperas, elas se vão e outras tomam seu lugar.
 
Não podes prever o tempo de duração de cada uma delas, mas é possível vivê-las intensamente. Se forem boas, desfrute de seu doce, se ruins elas forem, aprenda com seu amargo. Pois as fases da vida nunca passam sem motivo haver, tens é que saber usá-los a teu favor.

 Ilusão pensar que algo nessa breve vida pode ser para sempre. Pois nada é, nem mesmo a própria vida. As fases são vidas dentro da vida, que vão vivendo e morrendo no embalar de seu próprio tempo. Vivê-las em sua plenitude é como cumprir o objetivo do porque existir.

Saber tudo ninguém sabe, mas querer saber é o elixir de uma vida plena e prazerosa. A busca tem que ser uma constante em cada uma das fases que viveres.

O livro da vida um dia chega ao fim e caberá a tu escrever cada capitulo, que são as fases, com o propósito de que não chegues ao último e amargue o gosto de arrependimentos e frustrações do não vivido.

Fases são fases, passageiras, contínuas e dependentes umas das outras, por mais isoladas e distintas que possam parecer. Como elos de uma corrente, vão se unindo e formando a história da vida, que nada mais é do que o entrelace das fases vividas.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Em breve estarei de volta

Queridos leitores,

Estou em um período off de minha vida, mas em breve estarei voltando com um novo texto que terei o prazer de dividir com vocês.

Me aguardem.

Beijos e abraços cheios de energia.

Bia Tannuri

domingo, 8 de janeiro de 2012

O Ano-Novo

O frenesi dos últimos dias de um ano é tamanho que parece que se trata do fim de uma era. Como se nas badaladas da meia-noite do dia 31 de dezembro o mundo fosse simplesmente acabar levando com ele tudo de ruim, e ao primeiro minuto do dia primeiro de janeiro surgisse um novo tempo perfeito, de acordo com as expectativas de todos.

O que será que faz as pessoas sentirem que tudo pode ser diferente simplesmente pelo fato do fim de um ano e início de outro? Será que existe a ideia de que possa haver uma combinação cósmica dos astros que fará o mundo girar diferente liberando alguma substância capaz de mudar o que não podem fazer por si só? Pode ser. Mas o que fica esquecido, ou talvez não lembrado, é que a cada dia nasce uma nova oportunidade de fazer acontecer. Não é preciso esperar o primeiro de janeiro.

O Ano-Novo, tão comemorado e saudado, não acabará com as dificuldades nem tão pouco trará o milagre das soluções. As esperanças não precisam se prender a ele. As respostas não virão com a mudança de calendário, elas estão dentro e não fora, e não será a chegada de um novo ano que fará com que sejam encontradas.

A vida é mutável, não dá trégua, o tempo passa dolorosamente rápido podendo trazer a dor do desperdício das oportunidades não vividas, mas também a possibilidade de ser feito o que ainda não foi e de mudar o que não agrada. E assim a vida passa sem esperar, mas renovada e dando a mão a quem coragem e força tiver para correr sem hesitar, porque ela não espera, ela vive.

O primeiro de janeiro é só mais uma etapa da jornada que se inicia a cada raiar do dia, mas não se acaba no anoitecer, apenas descansa para renascer no novo amanhecer. Feliz de quem sabe ver e sentir a oportunidade que a vida dá a cada minuto vivido. Mas quem tem que esperar o início de cada ano para começar a viver corre o risco de permanecer no eterno e angustiante aguardo, porque até resolver o que fazer o ano já ficou velho e terá que esperar pelo próximo.

O ser humano é verdadeiramente sábio quando vive cada minuto de seu tempo como se o último ele fosse, porém com a intensidade da durabilidade eterna.

Que venha o novo ano com toda sua esperança e planos, mas que o frescor e o viço da juventude proveniente dos que têm muito tempo pela frente não se acabem com o passar dos dias e dos meses, que dure eternamente, sendo renovado a cada momento vivido e fortalecendo os que ainda estiverem por vir.

Bia Tannuri