quinta-feira, 31 de maio de 2012

Perdi meu rumo

Tão distraída estava que perdi meu rumo e atordoada me peguei sem saber que direção haveria de tomar.  E no descompasso de minha indecisão, ponguei no rumo oposto ao que deveria ser o certo no julgamento de minha consciência, praticamente certa de que estava errada, mas fui.
Mas logo dei por mim e regressei.
Onde será que iria dar se seguisse em frente no lugar de ter retornado? Nunca saberei...
Pobre de mim que por medo de seguir pelo caminho “errado”, abandonei-o ao Deus dará sem nem ao menos querer saber aonde iria me levar.
Se virei a direita no lugar da esquerda algum motivo deveria ter, mas a razão me puxou pelos cabelos e me fez voltar a luz da exatidão não permitindo que fosse levada pela dissimulada voz do coração.
Coragem queria eu ter para seguir sem saber por onde, sem rumo, sem meta, sem direção.
Seguir, só seguir, sem pensar, sem ponderar.
De certo que mais exposta aos riscos e suscetível as suas garras haveria de estar, mas quem foi que disse que proteção também não é um risco? Risco de não viver, risco de não ousar, risco de nunca saber o que haveria de ter sido.
Fechar os olhos e abrir o coração pode te levar a lugares condenados pela razão pelo simples fato de não poderes admitir que queres ir, é aí que vem o teu amigo inconsciente te dar uma mãozinha e tu te perdes no caminho. Mas quando lá no desconhecido estás desfrutando da agonia do não saber, vem ela, a implacável consciência e te puxa de volta e tu sem coragem de enfrentá-la e mandá-la embora, consentes ser arrastado de volta ao mundo real ficando sem saber o que deixou no obscuro do desconhecido e tão desejado por ti.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Mulher...

Me leva, me doma, me arrasta,
Não quero, não vejo, mas vou aonde você me quiser.
Só sei sentir, não quero saber. Só quero te amar, sem ter que explicar, sem ter que pensar.
Sou sensível, inconstante, me faço de forte e choro escondido, escondido de mim mesma, tentando ocultar não sei o que de não sei quem...

Sou mulher...
Amo poder amar, mesmo que seja sem alvo, pouco me importa se meu amor não chegar a ti, vou continuar a te amar até a eternidade perdida no infinito da minha vontade.
 Vou seguindo pela estrada sem rumo, sem direção, não sei se vou chegar, o que realmente sei é que quero prosseguir.
E se você lá estiver, lá do outro lado com os braços abertos a me esperar meu coração do peito saltará de felicidade e em teus braços hei de viver de amor sem em mais nada ter que pensar.
Sou mulher...
Sou filha da emoção, não me cobres razão, não me peças ponderação, não esperes de mim coerência. Não me olhes com certeza... mas não me deixe ver seu olhar duvidoso.
Aceites minha angustia sem causa, meu medo do nada, minha ansiedade pelo tudo dentro do vazio, minha certeza absoluta pelo o que ainda não sei ao certo.

Não me abraces querendo o beijo. Abrace-me com vontade do abraço receber. Quando for o beijo teu desejo, simplesmente roube-o de mim, não me dê chance para pensar, me arraste em teu ímpeto de querer beijar.

Sou ousada, reprimida, determinada, claudicante, teimosa, condescendente, amorosa, raivosa, impaciente, amante, amiga, companheira, presente, distante...

Ah... não queiras a mim definir, não vais conseguir. Queiras apenas me amar e me sentir com todas as minhas inconstâncias. Posso muitas coisas sobre eu mesma não saber definir, mas quanto ao amor, ah... sobre isso certamente irás ver que não restará dúvida que a ele me entrego sem dó nem piedade, mergulho e vou até o fundo sem saber aonde vai dar. Mas cuidado! Quando quero, quero. E quero muito, não me venhas com migalhas de amor para tentar me ludibriar, ame-me com fervor ou deixe-me só para no amor poder me afogar e morrer nos braços da emoção transbordante do ser mulher!

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Ser sem saber se és

Ser um “ser” no Universo sem saber quem és e muito menos se realmente és.

Ser é óbvio, mas saber o verdadeiro posicionamento nem sempre é tão claro.
Estais no centro, no teu centro, que gira em busca dos porquês e das razões.
Oh... pobre de ti que queres ser, sem se importar se podes ser o que queres ser.

Queres o mundo? Mas que mundo será que te queres? É legítimo teu anseio, ou apenas estás a construir um atalho para do campo real poderes fugir e emergir do caos sufocante que vives e não podes mais suporta? Podes sair pela porta, mas não pela fresta de tua mente que tentas no desespero abrir para salvar-te do abismo de tua existência.
Afinal quem és tu? O que queres provar e a quem?
Procuras, foges, pensas achar e mais perdido ficas em busca do teu ser e no desespero entras no negro labirinto da medíocre e estúpida certeza torta de quem se acha onipotente e absoluto.
Ah... pobre mente, fria e vazia, perdida na vastidão ilusória dos seres solitários que se acham presos na eterna teia da razão inflexível que sufoca e os impede de desfrutar da verdadeira e sábia razão de viver.