quinta-feira, 28 de junho de 2012

O saber dizer não

Palavra tão pequena o “não”, porém de significado forte e difícil de ser dita principalmente assumida sem culpa e sem medo de ferir.

Por que é tão aterrorizadora a palavra “não”? Pois não é somente a forma de expressar que não queres algo? O que será que vem junto com esta afirmativa que causa tamanho receio?
O “não”, não é um excludente de sentimentos. Não há necessidade de concordares com tudo para provares que amas e mereces amor.
Será que ocultando o “não” que lateja em ti por coisas que não queres lhe fará ser benquisto?
Será mesmo que precisas ser aceito por quem não suporta ouvir de ti um “não”?
Cada “não” que deixas de dizer para algo que não queres, é um “não” que diz para as tuas verdades, para tua essência. É uma negação ao teu ser.
O dizer “não”, diferente do que possa parecer, não é uma negação e sim uma afirmação para o que não queres.
Não há ofensa em dizer “não”, não é feio, nem tão pouco ofensivo.
Talvez o grande segredo, seja saber identificar o “sim” que há dentro de cada “não”. O “sim” a vontade do querer e o “sim” a negativa do que não se quer.
O temor do dizer “não” pode estar ligado ao desejo de encobrir os medos e inseguranças provenientes das incertezas em assumir as próprias vontades e anseios devido aos riscos que tais escolhas têm embutido.
O pior “não”, é o não que se diz ao próprio ser o impedindo de ser o que realmente é. O “não” que faz com que tenhas que engolir todos os teus desejos e aspiração em troca de uma aceitação que nada tem a ver com o dizer “não”. Para que sejas aceito, tens que saber ser um ser de verdade, e isso inclui saber dizer “nãos” e “sims” ao longo da vida que estará sempre a lhe cobrar respostas e escolhas.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Quando as amarras caem...

O sonho de toda criança é tornar-se adulto, para com isso conquistar a tão almejada independência e domínio da própria vida. Mas não têm a consciência que atrelado ao premio da conquista perdem, talvez o que possuem de mais precioso, a inocência e espontaneidade.

Triste preço o que se paga para sair da infância e ingressar no reino dos “sábios” da maior idade. Mas a peculiaridade dos primeiros anos de vida não está perdida, apenas adormecida em algum lugar do temido inconsciente dos que já cresceram e reaparece tão mais que de repente quando o mesmo inconsciente trai a quem pensa a ele dominar. Nesta hora, afrouxam-se as amarras que sustentam o efêmero corpo de proteção criado para a vida adulta poder suportar, fazendo com que as fragilidades pertencentes ao mundo distante da velha infância “esquecida” aflorem como nervos expostos sensíveis ao toque dos sentimentos mais profundos.
É quase que prazeroso ter os “alicerces” construídos com tanto empenho e “certeza” abalados para poder desfrutar de momentos, cada vez mais raros, avessos ao do curso de perenidade de equilíbrio imposto a vida adulta. O quase é ponto chave de tal afirmativa, visto que o prazer, por mais prazeroso que venha a ser, é visto como sendo um deslize, não pertencente a vida madura. Desta forma, tem que ser disfarçado, sentido meio que sem querer para rápido poder recuperar as amarras, que por um lapso se deixaram apanhar pela fragilidade infantil e a vida de seriedade continuar a seguir.

Mas será que é isso mesmo que tens que fazer? Aprisionar a criança que há dentro de ti, que luta ferozmente para sair e compartilhar da vida adulta tão almejada?

Será que o Ser maduro julga o Ser criança desapropriado para da vida madura poder participar? Ou será medo que esse Ser tão simples e direto lhe aponte o quanto de tua essência tens te afastado?

Será que não podem juntos conviver? Um com a seriedade necessária a vida adulta e o outro com espontaneidade infantil que alivia e atenua o rigor do mundo dos de maior idade?...
Será que esquecestes que dentro de ti há espaço para todos os teus “eus”, que não precisas matar um para que o outro tome seu posto?

És vários dentro de um só...

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Retornos


"Felicidade é a combinação de sorte com escolhas bem feitas."

 (Frase de grande valor e iluminada sabedoria da admirável escritora,Martha Medeiros, a quem muito aprecio e peço licença para pegar um gancho.)


 

A sorte contribui, as escolhas favorecem, mas o merecimento acrescenta. Os retornos obtidos na vida, sem sombra de duvida, são respostas advindas das atitudes tomadas ao longo de seu percurso.

terça-feira, 12 de junho de 2012

A tal da TPM

Afinal de contas quem é essa tal de TPM, que chega sem ser chamada se instala e manda nos sentimentos e emoções como se deles fosse dona e senhora?

É uma entidade, quase pode ser tocada de tão concreta e presente que se torna.
É um SER que vem e desarruma tudo, fazendo parecer que o mundo mudou de cor e de sentido. Faz os sentimentos brotarem com mais intensidade, a tolerância minguar e a emoção aflorar.

É uma injeção de adrenalina entremeada com doses duplas de anestesia fazendo com que sua possuidora vá do êxtase a depressão em frações de segundos, reação para droga nenhuma botar defeito.
Derrama no rico e vasto universo feminino, que já não é simples, um turbilhão de estímulos quase indecifráveis de muito difícil compreensão, principalmente para aquela desesperada que está em sua árdua estrada a trafegar.

Graças aos céus, a tal Senhora baixa na terra por um curto período de tempo logo sendo chamada de volta ao umbral das sensações inconstantes e indefinidas de onde nunca deveria ter saído.
Ela tem lá seu certo charme cravado em sua inconstância constante que vulnerabiliza ao mais resistente dos sentidos.

Por vezes pode ser tão marcante, que quando se vai deixa a sensação de um vazio gostoso, como se uma amarra tivesse sido desfeita e sua presa liberta.
Mas não dá para do mundo feminino querer participar sem com a tal Senhora suportar conviver. Tentes de mansinho, faze-lhe um carinho, ela não é tão feia quanto parece, é feroz, mas também é carente e afetiva. Mas não se apaixone por ela, pois quando menos esperar ela some na poeira levando com ela todo seu charme contido em sua tão intermitente instabilidade.