Ter poder é algo
almejado por muitos, através dele é possível ter o direito de agir, de decidir,
de mandar, de ter “Autoridade”.
O poder pode ser confundido
como meio para alcançar a plenitude da satisfação pessoal de se sentir
importante dentro de toda capacidade de exercer a soberania do comandar.
O poder desmedido gera a
empáfia, sentimento dos que creem ser inatingíveis e em nome da liderança, que
pensam possuir, passam por cima de tudo e todos que julgarem estar fora de seus
padrões estabelecidos.
O senhor de tal
faculdade tem orgulho de sua posição e entende que jamais perderá seu glorioso posto,
sente-se onipotente, absoluto com mandos irrestritos e eternos.
Mas e quando o poder
acaba? O que fazer quando os salões por
onde bailam a superioridade apagam as luzes, fecham as cortinas e não há mais
plateia? Quando o amo não mais tem seus súditos para sobre eles destilar todo
seu soberbo poder e esperar fiel e absoluta obediência sem direito a
contestações? O mundo do poder é efêmero, frágil, se desfaz sem aviso prévio
causando a abstinência de governar a quem o possuiu e o confundiu com uma
característica a mais em seu DNA, julgando-se um ser especial.
Ser destituído do poder
para quem o tem como amuleto e ferramenta de apoio para viver seu estado de
“superioridade”, é como que ser arrancado da própria pele e jogado em um mundo,
sem proteção, que ele não conhece e tão pouco esse mesmo mundo o reconhece como
um ser igual.
E ai um dia se acorda e
não há ninguém para mandar, nada para determinar, nem uma ordem a ser decidida,
e ai? Podem-se observar seres que sucumbem à própria solidão por simplesmente
não suportarem a vida sem a força que achava que o dito poder lhe dava, ou os
que se olham no espelho e veem um ser que quer viver e precisa de um espaço, o
qual ele não construiu porque estava inebriado pela nuvem passageira do poder
que agora se foi e então se depara com a necessidade urgente de se sentir parte
integrante do mundo que ele se achava superior e agora enxerga como sendo seu
abrigo e alívio para acalentar suas carências e o agasalhar do isolamento que a
falta do poder lhe deixou como herança. Tal busca pode levá-lo a ter atitudes inadmissíveis
em seus tempos de desmandos, como a humildade, tolerância e outras características
necessárias aos pobres mortais que visam pelo bem viver e que eram meramente
desconhecidas até então pelo ex- todo poderoso.
O poder vicia e domina a
quem o detém como arma de se fazer respeitar por pura falta de capacidade de
exercer a liderança.