Tão distraída estava que
perdi meu rumo e atordoada me peguei sem saber que direção haveria de tomar. E no descompasso de minha indecisão, ponguei no
rumo oposto ao que deveria ser o certo no julgamento de minha consciência,
praticamente certa de que estava errada, mas fui.
Mas logo dei por mim e regressei.
Onde será que iria dar
se seguisse em frente no lugar de ter retornado? Nunca saberei...
Pobre de mim que por
medo de seguir pelo caminho “errado”, abandonei-o ao Deus dará sem nem ao menos
querer saber aonde iria me levar.
Se virei a direita no
lugar da esquerda algum motivo deveria ter, mas a razão me puxou pelos cabelos
e me fez voltar a luz da exatidão não permitindo que fosse levada pela
dissimulada voz do coração.
Coragem queria eu ter
para seguir sem saber por onde, sem rumo, sem meta, sem direção.
Seguir, só seguir, sem
pensar, sem ponderar.
De certo que mais
exposta aos riscos e suscetível as suas garras haveria de estar, mas quem foi
que disse que proteção também não é um risco? Risco de não viver, risco de não
ousar, risco de nunca saber o que haveria de ter sido.
Fechar os olhos e abrir
o coração pode te levar a lugares condenados pela razão pelo simples fato de
não poderes admitir que queres ir, é
aí que vem o teu amigo inconsciente te dar uma mãozinha e tu te perdes no
caminho. Mas quando lá no desconhecido estás desfrutando da agonia do não
saber, vem ela, a implacável consciência e te puxa de volta e tu sem coragem de
enfrentá-la e mandá-la embora, consentes ser arrastado de volta ao mundo real ficando
sem saber o que deixou no obscuro do desconhecido e tão desejado por ti.