O tempo parece infinito
para alguns poucos privilegiados que conseguem vivê-lo com maestria, fazendo
com que a idade não passe de simplesmente registro histórico meramente
burocrático e marcas que enrugam o corpo, mas não a alma.
Mas como um ser pode viver
com vigor e com vontade sem esmorecer mesmo diante de fases árduas,
inevitáveis, que surgem sem aviso prévio e prazo de termino? Será que existe
tal criatura nesse mundo de meu Deus?
- Utopia!
Sem dó nem piedade eu diria sem pestanejar.
E sobre o animo e a paciência?
Esses dois nem se fala, nunca pude entender com veracidade os que, heroicamente
na minha sarcástica opinião até então, conseguem manter tais dons após viverem
anos sem que nada consiga extingui-los, nem sequer diminuí-los.
Pois bem: Tive minhas
crenças abaladas quando, mais que por acaso, um programa de TV me chamou
atenção. Era sobre o Uruguai, falando sobre belezas e vantagens do País que é muito
bonito e bem estruturado, segundo a reportagem. Mas não foi propriamente os
atributos uruguaios que me impressionaram, apesar de sem dúvida interessantes,
mas sim a declaração do artista plástico, Carlos Páez Vilaró de noventa anos e
em plena forma com uma aparência de pura tranquilidade, que me atraiu realmente
e me fez parar tudo e prestar atenção no programa.
Ao ser questionado pela
repórter de qual seria o segredo para se viver tanto e estar tão bem como ele,
ele respondeu sucintamente: - a arte de saber doar.
Ouvi aquilo e me emocionei
ao ver aquele velho jovem, que exalava um brilho no olhar de puro bem estar, revelar
com tamanha sabedoria e simplicidade o segredo para a conquista de um bem tão
almejado pela humanidade. E me deparei com meus questionamentos internos da
dificuldade da doação, da real entrega que é uma via de mão única, que acredito
ser a que se referia nosso caro Carlos, aquela que nada quer, que se dá sem nada
esperar, só desejando o puro prazer da desprovida doação. A mais simples e a
mais complexa ao mesmo tempo. E desde então estou me perguntando o porquê de
tamanha dificuldade.
Por quê?
Amiga, vc já é "Vilaró", parece que sem saber...
ResponderExcluirbjinho
Sônia
Sonia,
ExcluirA escrita nos dá muitos prazeres, como esse de ter leitores como você!!
Obrigada!!!