As tradições...
Mas afinal o que são as tradições? E mais
ainda, o que seria o fim das tradições?
Seria talvez o fim de uma era de conceitos
pré-estabelecidos por uma ou varias gerações que estão se sentindo atropeladas
pelo avanço da tecnologia e crescimento da virtualidade que une cada vez mais
os povos os deixando cada vez mais distantes?
Seria o fim do calor no olhar, do apelo do
contato que busca o afeto no aconchego das relações presencias que estão sendo
trocados pelo dedilhar insano abrindo caminhos para milhares de “amigos” sem
emoção de eternos sorrisos, que não sofrem, não entristecem e são felizes
incondicionalmente no universo das amizades “perfeitas”?
Até que ponto vale a agilidade de um mundo
eficiente em busca de satisfazer seus seres cada vez mais sem tempo de viver e
desfruta-lo? Esperar com ansiedade pelo carteiro que tarda em passar com
a carta do ser amando, telefonar aos amigos aniversariantes no lugar de enviar
um ágil e certeiro “watsapp”. Ok, o mundo não comporta mais tais hábitos, é
isso? Não há mais tempo para viver as emoções que precisam de tempo para serem
sentidas? Perfeito, o tempo é escasso, a vida é breve e a praticidade empurra
aos “aplicativos” que abreviam o trabalho de viver e ao mesmo tempo
encurtam o poder da mente em estender a vida.
Tá bom então, o mundo mudou, as atividades do dia a dia aumentaram e o
tempo útil para dar conta de todas as tarefas diminuiu e ninguém em sã
consciência condena a eficácia da agilidade virtual. Ok. Mas e a educação, a
tolerância, os bons hábitos, a generosidade, o respeito, o compromisso com as
regras e vários outros atributos que veem desaparecendo no tal “mundo moderno”,
onde estão indo parar? E o romantismo então, aquele que aquecia o coração e
afagava a alma? Ai que saudades de ser antigo. Pois é sumiram todos e pelo
visto, nem no campo virtual estão.
Será que o mundo da praticidade, modernidade,
ou sei lá como devo aqui nominar, não tem espaço para hábitos “antigos” dos
tempos que as pessoas faziam contatos presencias, que sabiam a cor dos olhos
com quem falavam? É talvez seja falta mesmo de poder de visão, pois a posição
mais usual agora é de seres de olhos baixos fixados nos seus objetos do desejo
que os leva para o país das maravilhas da virtualidade que aproxima e distancia
os seres. Talvez quando se voltar a andar e olhar para frente e ao redor se
possa resgatar certas coisas ditas ultrapassadas, como a educação e tantas
outras que já caíram em desuso. Quem sabe um dia surja um novo “aplicativo” no
mercado que resolva ou quem sabe a virtualidade possa extinguir qualquer forma
de matéria e ai nada terá importância, quem sabe?
E as tradições, afinal, o que são e para onde
estão indo? Por favor, se encontrar alguma por ai diz que preciso muito
revê-las.