terça-feira, 17 de julho de 2018

Sob o meu olhar


Ando pelas ruas esburacadas, nas de tapete vermelho, com ou sem glamour, onde se toma cafezinho no copo e nas que se sorvem as borbulhas do champanhe e em todas o que observo me amedronta o espírito e me faz crer que estamos à beira do caos. A falta de humanidade, de educação, a escassez do sentimento de compaixão para com o outro, a ausência do olhar que olha e vê, são fatos e atitudes cada vez mais presentes nos indivíduos que se locomovem pela vida, totalmente alheios ao mundo que os envolve. Mas qual será a causa de tamanha decadência da essência do ser humano, o que está faltando ou sobrando na formação da personalidade das pessoas? O que será que faz com que o movimento seja cada vez mais para dentro, individualista e até mesmo cruel entre seres da mesma espécie? Pessoas parecem flutuar, como se de olhos vendados estivessem, passando a margem dos iguais sem sequer notar ou se importar com o que quer que seja. Uma legião de solitários perdidos na multidão. Seja qual for o cenário, os personagens estão lá e em número crescente, vestidos de farrapos ou de brilhantes. Triste destino dos seres absorvidos por seu interior que os extirpa o olhar que vê e sente.

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