segunda-feira, 21 de março de 2022

A volta da echarpe

 

A ideia era encontrar uma padaria nas ruas frias da primavera de Lisboa, comprar um pão e seguir para casa depois de um dia cansativo e surpreendente na cidade Lusitana.

O clima estava frio, mas com aberturas esporádicas do sol que causava elevação da temperatura, o que me fez não notar a falta de minha echarpe verde que trazia enrolada ao pescoço.  

Rodei por três ruas até conseguir meu amado pão e quando volto pelo mesmo trajeto feito vejo minha echarpe verde pendurada em uma caixa de correio na porta de um pequeno prédio. Não acreditei e de forma automática levei a mão ao pescoço para me certificar do óbvio: havia perdido aquela que estava bem a minha frente.

Não caída na rua em um canto esquecida, mas presa à vista. Alguém a pegou e teve o cuidado de colocá-la ali, para quem a perdeu pudesse ter a oportunidade de achá-la, caso resolvesse refazer o caminho, o que eu fiz mesmo que por acaso, pois não tinha dado falta até aquele momento.

O foco em si não é o fato de ter encontrado o que nem sabia que tinha perdido e sim me admirar da maneira como aconteceu. Confesso que fiquei muito surpresa, mas ao mesmo tempo me perguntei o porquê da estranheza, afinal se alguém acha o que não lhe pertence o natural não é tentar devolver ao dono? Quando é que o normal virou exceção? Perdi essa aula na vida, eu acho.

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário