A
ideia era encontrar uma padaria nas ruas frias da primavera de Lisboa, comprar
um pão e seguir para casa depois de um dia cansativo e surpreendente na cidade
Lusitana.
O
clima estava frio, mas com aberturas esporádicas do sol que causava elevação da
temperatura, o que me fez não notar a falta de minha echarpe verde que trazia
enrolada ao pescoço.
Rodei
por três ruas até conseguir meu amado pão e quando volto pelo mesmo trajeto
feito vejo minha echarpe verde pendurada em uma caixa de correio na porta de um
pequeno prédio. Não acreditei e de forma automática levei a mão ao pescoço para
me certificar do óbvio: havia perdido aquela que estava bem a minha frente.
Não
caída na rua em um canto esquecida, mas presa à vista. Alguém a pegou e teve o
cuidado de colocá-la ali, para quem a perdeu pudesse ter a oportunidade de achá-la,
caso resolvesse refazer o caminho, o que eu fiz mesmo que por acaso, pois não
tinha dado falta até aquele momento.
O
foco em si não é o fato de ter encontrado o que nem sabia que tinha perdido e
sim me admirar da maneira como aconteceu. Confesso que fiquei muito surpresa, mas
ao mesmo tempo me perguntei o porquê da estranheza, afinal se alguém acha o que
não lhe pertence o natural não é tentar devolver ao dono? Quando é que o normal
virou exceção? Perdi essa aula na vida, eu acho.
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