Há
momentos em que tudo ao redor desaparece e fica sem sentido.
Ocasiões
em que se quer a plenitude de uma única vez, mas nada se alcança.
Fases
de buscas eternas com a urgência do agora. E quanto mais se caça, menos se
encontra e com isso cresce a angustia que aperta o peito sufocando a garganta e
esmagando o coração que bate com a pressa dos desesperados por desvendar o que
nem sabem que pretendem, mas não podem parar de cobiçar, pois apesar de não conhecerem
o que almejam, sabem que necessitam, só desconhecem o que.
O
céu acende e apaga, repetidas vezes, o mundo gira, a vida segue e milhares de
pensamentos invadem a mente trazendo com eles certezas absolutas que se dissipam
com a mesma rapidez que vieram e as dúvidas permanecem e o garimpo continua.
No
meio da peregrinação pela procura da totalidade insana, como forma indispensável
à sobrevivência, a escassez de possibilidades se confunde com abundância das
mesmas que se apresentam de forma conturbada, embaralhadas umas nas outras
fazendo com que pareçam inexistentes.
A
escuridão se faz, o ar acaba e nada mais há por fazer. As soluções tornam-se
imponderáveis e desaparecem no horizonte do olhar
perdido.
É
o caos do final dos ciclos, tão temido, porém necessário ao início de outros
que surgem embrionários, frágeis, mas repletos de caminhos a serem descobertos.
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