Sentir-se indispensável pode embutir, mesmo que veladamente, o desejo da gratidão e amor eterno e a certeza de possuir o poder destinado às divindades. Tais Seres acreditam que sua importância na vida daqueles a quem servem está diretamente ligada as tarefas desempenhadas e anseios realizados.
Porém, há momentos, que movidos pelo cansaço da doação sem o retorno esperado clamam por uma mudança de posição dos que julgam estar servindo, que nem sabem que têm um benfeitor a sua disposição e, portanto não percebem sua frustração. A dependência não é de quem recebe os benefícios e sim de quem os satisfaz em busca de sentir-se útil de forma a ser imprescindível e totalmente necessário à existência alheia. Por isso, mesmo insatisfeitos pela falta do prestígio almejado, permanecem dispostos a servir como verdadeiros escravos, mas, satisfeitos por acharem-se importantes e indispensáveis.
A carência do Ser que se coloca como imprescindível é tamanha, que não consegue enxergar o prazer que há em ser totalmente dispensável, desnecessário e ainda sim ser admirado e amado pelo simples fato de ser quem é.
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