Se é que têm explicação, os sentimentos, possuem uns dos porquês mais difíceis de serem respondidos. Eles, os sentimentos, surpreendem até mesmo e principalmente quem os sente. Por muitas vezes deixa seu possuidor completamente sem ter como defini-los e entendê-los.
Os sentimentos, não têm regra nem previsão, são literalmente inconstantes e fora de qualquer previsibilidade que possas querer imputá-los. São independentes e altivos, chegam e saem sem pedir licença, simplesmente são.
Por mais que penses ter sobre eles o domínio, eles, os sentimentos, te provam a toda hora que não mandas em nada em relação a eles. Mesmo que tu, teimosamente, insistas em a eles querer dominar.
Podes até iludir-se com a frágil capa de auto suficiência que só tu enxergas, mas que é apenas um disfarce para amenizar a tua real falta de controle e incapacidade de dominar essa quase entidade, que são os sentimentos, que mandam em ti.
Os sentimentos disfarçam-se de sensíveis e domináveis, quando na crua e nua realidade são sólidos e os verdadeiros senhores e lideres da situação. E assim vão regendo a orquestra dos corações que por eles vibram na doce ilusão que a eles dominam e nesse devaneio seguem na inabalável esperança de que controlam o que não têm como evitar.
De dependentes se fazem na rica trama que tecem em busca de suas presas que de forte se fazem, mas a eles se entregam sem poder resistir ao seu canto sedutor.
E quanto mais imune se achas, mais vulnerável a eles estará. Não desafies o desconhecido que de fraco e sensível nada tem. Na verdade, os sentimentos, guardam o eterno e sóbrio brilho do mistério não revelado nem mesmo a ti que pensas poder dominá-los.
Eles escamoteiam, amaciam e quando menos esperas ali estão prontos a te abraçar com o aperto da incomoda certeza de que deles nada sabes a não ser a magia do prazer de poder tê-los e senti-los.
Eles, os sentimentos, são involuntários, independentes, inconstantes e acima de tudo imprevisíveis, porém preenchem o vazio que inevitavelmente é formado quando deixam de se fazer existir minguando a alma que já não mais os sente, é um viver morrido viver sem eles.
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