O silêncio busca o que não pode silenciar e não sabe calar.
É o grito no escuro de quem não mais tem com quem falar.
É o grito no escuro de quem não mais tem com quem falar.
É a angustia calada do grito desistido de ser.
O silêncio não diz, mas não exclui o que há para dizer.
É o vociferar mudo que não chega aos ouvidos, mas fere o coração que anseia por soltar o que sente na alma.
Podes falar, mas de nada vale o teu tão hábil discurso que em silêncio se transforma se não tiveres a quem dizer.
O silêncio não é do falar e sim do escutar. Tu silencias a quem não mais queres ouvir.
O silêncio maltrata a quem tenta no desespero recitar a palavra que não tem por quem ser ouvida e na aflição da busca mergulha na vastidão da escuridão de não ter com quem falar.
Silencias diante do clamar que não tens como atender e de surdo te faz na tentativa de amenizar a dor de tua incapacidade.
O silêncio sufoca quem muito tem a dizer, mas consola aquele que não mais consegue dizer por que já não sabe se sente.
O silêncio é o labirinto mudo dos pensamentos que não têm forças para emergir dos devaneios das mentes que de surdas se fazem por não mais suportarem se escutar.
O silêncio tudo vê e sente na amplitude de seu perene conhecimento do saber calar.
O silêncio fala a quem a ele sabe ouvir, a quem a ele se entrega e se permiti sentir o vibrar das energias que dele emanam e transbordam como que uma avalanche que abraça o não dito e grita o que tem que dizer.
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