“Quem ama a solidão não ama a liberdade” (Clarice Lispector).
A solidão aprisiona e sufoca. Por vezes pode vir com uma roupagem de proteção ou talvez de fuga, sabe-se lá. Mas na verdade quem se deixa agarrar por ela sente-se cada vez mais só e sozinho estará sem que ninguém possa fazer nada a não ser lamentar, até que esqueçam e sigam suas vidas e o deixem cada vez mais só e preso, preso em si mesmo a procura da porta que nunca encontrará até o dia que sozinho ficar. Ser só não é um querer, é um estado.
A solidão tem seu brilho, mas é preciso olhar pelo lado certo e medir o tempo certo para não deixar que ela se embrenhe pelas entranhas e não se possa mais libertar.
Ser só não é um querer, é um estado, que pode passar ou não.
Há o tempo de ser só e o tempo de se estar só.
Solidão não se divide se acumula.
A solidão não é a porta, é o muro duro e frio. Quem por ele passar o oásis encontrará e beberá a mais pura e fresca água, a que sacia a sede da alma de ser acalentada.
A solidão é fria, dissimulada, paciente, sem pressa. Afinal pressa para que? Não há nada a ser descoberto nem conquistado. A solidão é só.
A solidão é escura, sem cor, sem meio, sem razão... Ou será que tem finalidade? Mas e se tiver? Será que quem está só consegue desfrutar de seus benefícios ou simplesmente se afoga em sua escuridão?
A solidão pode ser um caminho? Talvez, mas tem que se saber trafegar por ele para não perdido ficar e sozinho acabar.
A solidão tem seu encanto e seu canto que inebria e vicia, mas também tem seus espinhos ferinos e solitários que ferem e sangram o ser ávido por estar e não apenas ficar.
Ser só ou estar só? Pode-se ser só sem que se esteja só?
(venda livro romance Tudo Na Vida É Passageiro:http://www.clubedeautores.com.br/search?what=bia+tannuri)
10-12-2010
Amo de paixão as suas reflexões!!!
ResponderExcluirSou fã.
Beijo no coração.
Sandra cajado.
Querida Sandra,
ResponderExcluirSinto o coração acalentado pelo seu carinho.
Obrigada
bjs
Olá, Bia
ResponderExcluirSer só, estar só, ficar sempre só, ficar só por algums momentos da vida! Quantos caminhos, quantas saídas, quantas dúvidas. Mas o que é o viver a não ser duvidar de tudo. No Budismo há uma citação mais ou menos assim: Tudo que vemos, na verdade, não é real. O mundo real não é este. De fato, se tudo que vemos acabará um dia...logo nada disto é real como parece. Aliás, o Planeta Terra não existia. O que havia aqui em seu lugar? E tudo que acaba de ser dito parece loucura. Será? Ou será que a loucura está em nosso cotidiano e nem percebemos justamente porque somos triturados pela eterna roda do cotidiano?
Aliás, como "temos cotidianos medíocres, inúteis". Como temos vidas sem vida,
sem destino, sem futuro e com um passado ainda mais medíocre. Como temos milhões de vidas sem nenhum sentido...vidas que apenas lutam pela sobrevivência básica...sem nenhum direito aos melhores prazeres da mesa, da cultura.
Tudo é muito estranho, sufocante, esquisito. Mas a vida parece ser isso mesmo - assustadora e fascinante. "Ser ou não ser. Eis a questão". É a velha máxima do grande e eterno bardo que continua novíssima, atual! Foi um gênio. Viu longe,
muito longe!
Não temos opção. Ou seguimos ou seguimos...Ou temos uma única opção - interromper
o processo, negar tudo e...Bem, aí já é assunto para outro "encontro aqui".
Bj, sylvio netto, sempre em busca de saídas, entradas e novas saídas. Afinal, é preciso buscar, sempre, algo ainda não encontrado. Encontraremos? Há?
Sylvio,
ResponderExcluirAdorei sua reflexão e a única coisa que posso dizer após de tão sabias palavras é que:
A busca é a saída e a saída é a busca.
Seguir sempre e para sempre.
bjs
Querida Bia,
ResponderExcluirQue talento maravilhoso ! Escrevendo com essa competência, mesmo que vc por vezes deseje estar só, não conseguirás!
Grande beijo e até breve.
Querida!!!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirObrigada.
A solidão por vezes pode ser até necessária, mas feliz de quem tem companhia e amigos como você
beijos e até breve