terça-feira, 17 de julho de 2018

Sob o meu olhar


Ando pelas ruas esburacadas, nas de tapete vermelho, com ou sem glamour, onde se toma cafezinho no copo e nas que se sorvem as borbulhas do champanhe e em todas o que observo me amedronta o espírito e me faz crer que estamos à beira do caos. A falta de humanidade, de educação, a escassez do sentimento de compaixão para com o outro, a ausência do olhar que olha e vê, são fatos e atitudes cada vez mais presentes nos indivíduos que se locomovem pela vida, totalmente alheios ao mundo que os envolve. Mas qual será a causa de tamanha decadência da essência do ser humano, o que está faltando ou sobrando na formação da personalidade das pessoas? O que será que faz com que o movimento seja cada vez mais para dentro, individualista e até mesmo cruel entre seres da mesma espécie? Pessoas parecem flutuar, como se de olhos vendados estivessem, passando a margem dos iguais sem sequer notar ou se importar com o que quer que seja. Uma legião de solitários perdidos na multidão. Seja qual for o cenário, os personagens estão lá e em número crescente, vestidos de farrapos ou de brilhantes. Triste destino dos seres absorvidos por seu interior que os extirpa o olhar que vê e sente.

domingo, 15 de julho de 2018

Egoísmo?


Por que as pessoas que põem suas necessidades e vontades em primeiro lugar antes de atender a quem quer que seja são, na maioria das vezes, consideradas como egoístas com a visão nociva que essa conduta carrega de pertencer aos maus e cruéis comportamentos do ser humano? Será que tal visão não está ligada ao fato de não se parar para analisar a sutil e profunda diferença que há entre: só pensar em si e pensar em si em primeiro lugar? Uma pessoa que não exerça esse egoísmo dito como cruel e que se preocupe, sempre, com os que estão em volta antes si própria, talvez possa ser vista aos olhos do mundo como dedicada, boa, altruísta, merecedora de elogios, mas desde que nunca mude de postura, caso contrário se juntará aos malfeitores que pensam em si em primeiro lugar. Seguindo no julgamento, o júri da vida vai analisando mais algumas questões, quem puder responda ou somente observe e pense. Como cuidar do lado antes de fortalecer o centro? Como doar forças antes de adquiri-las? Não há como estender a mão sem que a mesma esteja em condições de puxar a quem dela precisa. Não há como satisfazer as faltas do outro antes das próprias, se não tiveres para si, não terás para dar, morrerão juntos com a fome da necessidade iminente de ajuda.