terça-feira, 23 de julho de 2013

Fé...


Mas o que é a fé?

Tem a ver com religião? E os que não seguem nenhuma? Não têm fé?

Ou estaria a fé ligada as certezas defendidas pelas verdades individuais de cada um? Podendo ser mutável, incerta e até mesmo variável?

O que é de fato a fé? Uma crença, um objetivo, um caminho?

Perguntas com inúmeras respostas dependentes unicamente de quem as responde, não sendo, no entanto, as respostas excludentes. E é por isso que não ousou aqui ter uma definição para tema tão vasto e polemico, atrevo-me somente a puxar das fichas que trago em minha cartola de convicções, uma que dá a fé como sendo um combustível para não me deixar desistir quando todos os caminhos parecem se torcer e as portas se fecham, é um acreditar que é possível continuar a crer mesmo sem porque aparente. Fé é estar aqui, ali, acolá, fé é querer...

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Incompleto...


Procuro, procuro, por vezes até acho, mas perco em seguida.

Angustia me dá, mas não desisto.

Coisa complicada essa de viver, uma vírgula muda tudo e transforma o que era nada em uma infinidade de opções. E o ponto então? Que dá a ilusória sensação de estar tudo resolvido, quando na verdade é apenas o impulso para uma nova etapa.

Não pensou que fosse fácil o pobre ser que ousou, simplesmente, viver e nada mais. Mas nem de longe poderia imaginar que para atravessar o caminho, que vai do abrir os olhos pela primeira vez, ao fechá-los definitivamente, pudesse ser tão cristalinamente complexo. Isso porque ele queria passar pela vida, vivendo, e não somente cumprir o prazo. Aí dá trabalho!

Mas que coisa difícil!

Mas o ser persiste, e entre vírgulas e pontos, vai driblando os percalços e trilhando o caminho que se apresenta a cada instante que tem a dádiva de estar vivo e vivendo.

Mas sempre estará incompleto, porque tudo sempre é nada no contexto da totalidade.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

A arte de saber doar...


O tempo parece infinito para alguns poucos privilegiados que conseguem vivê-lo com maestria, fazendo com que a idade não passe de simplesmente registro histórico meramente burocrático e marcas que enrugam o corpo, mas não a alma.

Mas como um ser pode viver com vigor e com vontade sem esmorecer mesmo diante de fases árduas, inevitáveis, que surgem sem aviso prévio e prazo de termino? Será que existe tal criatura nesse mundo de meu Deus?

- Utopia! Sem dó nem piedade eu diria sem pestanejar.

E sobre o animo e a paciência? Esses dois nem se fala, nunca pude entender com veracidade os que, heroicamente na minha sarcástica opinião até então, conseguem manter tais dons após viverem anos sem que nada consiga extingui-los, nem sequer diminuí-los.

Pois bem: Tive minhas crenças abaladas quando, mais que por acaso, um programa de TV me chamou atenção. Era sobre o Uruguai, falando sobre belezas e vantagens do País que é muito bonito e bem estruturado, segundo a reportagem. Mas não foi propriamente os atributos uruguaios que me impressionaram, apesar de sem dúvida interessantes, mas sim a declaração do artista plástico, Carlos Páez Vilaró de noventa anos e em plena forma com uma aparência de pura tranquilidade, que me atraiu realmente e me fez parar tudo e prestar atenção no programa.

Ao ser questionado pela repórter de qual seria o segredo para se viver tanto e estar tão bem como ele, ele respondeu sucintamente: - a arte de saber doar.

Ouvi aquilo e me emocionei ao ver aquele velho jovem, que exalava um brilho no olhar de puro bem estar, revelar com tamanha sabedoria e simplicidade o segredo para a conquista de um  bem tão almejado pela humanidade. E me deparei com meus questionamentos internos da dificuldade da doação, da real entrega que é uma via de mão única, que acredito ser a que se referia nosso caro Carlos, aquela que nada quer, que se dá sem nada esperar, só desejando o puro prazer da desprovida doação. A mais simples e a mais complexa ao mesmo tempo. E desde então estou me perguntando o porquê de tamanha dificuldade.

Por quê?

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Saudades...


Tenho saudades de tantas coisas...
De pessoas, de momentos, de objetos, de gostos, de cheiros, até de mim às vezes tenho saudades, de um eu que ficou guardado deixado para trás, para quando tiver tempo de viver, um tempo que nunca chega.

Tenho saudades da irreverência, da ingenuidade, da falta de malicia, do poder confiar, do poder acreditar, de não precisar desconfiar, de poder dar as mãos e caminhar de olhos vendados e crer que está sendo levada e amparada.

Saudades de sentir o vento sem em nada ter que pensar e planejar.

Saudades da época antes de ser apresentada ao compromisso do ter que perseguir o certo irmão do perfeito e primo da frustração.

Tenho saudades até de sentir saudades...

Acho que o que eu tenho mesmo é medo de não sentir mais saudades...