terça-feira, 3 de abril de 2012

Feridas que sangram eternamente

Feridas que sangram para sempre, enquanto a mágoa não seca.

Não há remédio para mágoas não resolvidas, para culpas sem culpados, para dor sem foco.
Pode-se até conviver com elas, fazer de conta que não existem, mas elas lá estão como que num estado de camuflagem, disfarçadas, fingindo não ser, mas são. E são cruéis, insensíveis a impotência do “resolver” que nada pode fazer, a não ser sentir.
Como viver com a angústia do não saber como sanar o que não há como ser curado, mas dói impiedosamente?
A dor maltrata não te deixa dela esquecer, a todo tempo se mostra e te esfrega na face as perguntas que as causas das feridas não te deixam responder.
Não há remédio para fazê-las sarar, não há como estancar o sangue que delas escorrem, porque elas não querem se curar. De nada adianta quereres delas cuidar se elas próprias lutam para vivas permanecerem e a todo tempo quererem a ti atingir formando novas e dolorosas feridas insanas de cruel dor.
Pare de lutar contra o que não quer ser vencido, passe em ti o antídoto para novas feridas não surgirem e deixe as já existentes para trás perdidas na sua solitária amargura, por mais difícil que possa ser. Não permita que a dor que não tens como controlar nem extinguir lhe cause novos sofrimentos.

4 comentários:

  1. Nao adianta identificar a DOR, o importante è ignora-la, custe o que custar. Afaste de ti as doenças.
    Muito instigante como sempre as suas escritas.

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    1. Obrigada!!
      Vamos em frente desprezando as dores que nos fazem sofrer sem ter porque.

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  2. Brilhante
    Como posso assistir alguma apresentaçao sua?

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