Nem sempre as pessoas da estrada da vida são as que caminham ao lado.
Há aquelas que surgem na história, mas
não tocam na alma, passam ao largo, como figurantes do enredo.
Há as que, embora invisíveis ao olhar,
vivem em nossas vidas como presenças que o coração reconhece.
E as que estão inteiras: corpo e alma.
A vida é feita de fases e faces, em cada
uma, cruzamos com pessoas que se afinam ou se perdem de nós.
Algumas deixam apenas o eco de um
encontro; outras se tornam laços que seguem, mesmo no silêncio.
As pessoas da estrada não se medem por
presença física, mas pela vibração, harmonia, energia que emanam, ainda que em
outra frequência.
Essas afinidades não se escolhem:
encontram-se.
Podemos passar uma vida a procurá-las e,
sem aviso, tropeçar nelas no meio do caminho.
A estrada, às vezes, é dura e pedregosa.
Mas as pessoas da nossa estrada, que
vibram conosco, tornam o peso suportável
e nos dão a força para mirar o horizonte
sem derrapar.
Há quem ache não ter ninguém consigo.
Pena, porque não veem, ou pior, não
sentem a presença que vibram por eles, discretas, como vento sobre a pele.
Sempre há alguém.
A estrada nunca está vazia: pulsa,
respira, vive,
A vida não para; segue,
podemos acompanhá-la ou ficar à margem,
Ela não desacelera. Quando passar, já
foi.
As pessoas da nossa estrada não a
pavimentarão por nós,
mas estarão lá, para nos darem as mãos
nos tropeços,
ou rirem conosco quando o sol surgir e
aquecer o vazio,
Cada estrada é única.
Não reta, mas é só nossa.
Por entre curvas, desníveis e abismos,
é nela que o universo ferve,
que renascemos a cada dia,
Trecho a trecho, a trilha se desenha,
a cada fase, a cada respiro do existir.
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