quinta-feira, 10 de março de 2011

O olhar o mundo com os olhos do alheio

Será que é possível ver o mundo pelos alheios?
Talvez seja no mínimo audacioso pensar ser capaz de conseguir executar tal feito, mas também frustrante e desgastante à medida que se tenta e só se consegue ter o duro e inevitável fracasso por um feito impossível, embora a constatação do insucesso não seja tão imediata.
Parece óbvio que as verdades são individuais, cabendo a cada ser responder suas próprias perguntas e questões, mas não é raro deparar com “eus” que acreditam ser capazes de ver o mundo com os olhos dos “eles” com a certeza de terem as respostas certas e definitivas. E o sofrimento é inevitável para os “eus” que entram pelo devaneio de darem pelos “eles” respostas que não são as dos “eles” não lhes dando o direito de terem as suas próprias, pois nem sabem que estão sendo perguntados.
Pode-se passar a vida a responder sem nunca se ter perguntado, agindo como se prontas as respostas fossem e as tomando como verdades definitivas e insolúveis, perdendo-se a oportunidade de escutar as verdadeiras se perguntadas elas fossem.
Se não perguntares, não saberás e se não souberes, não entenderás. Podes estar a sofrer pela ótica de ver o que não lhe cabe, pura e simplesmente por que teus olhos não são capazes de ver o que queres saber sobre o ser alheio. Não tentes responder as perguntas que não são tuas. Não tentes sair de ti para sentir com o sentimento que não lhe pertence. Dê a “eles” a chance de contar ao teu “eu” o queres saber.
Por que tentar ver pelo ser alheio, quando parece ser muito mais fácil perguntar o que ele está vendo e sentindo? Por receio da resposta? Pode ser mais fácil se ter a resposta que se quer ter do que a verdadeira? Mais e o risco de ter uma melhor do que se pensa se a oportunidade de escutar for dada? Pode-se estar morrendo antes de viver.
Tentar adivinhar o que o ser alheio pensa, não só é uma tarefa inoperante como também pode ser um longo, temerário e cansativo caminho que a nenhum lugar irá levar, além de se furtar de saber o que “ele” realmente pensa, pois pode ser que “ele” nem esteja pensando nada de coisa nenhuma.


Antes de responder, pergunte, a resposta pode te surpreender.


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