segunda-feira, 12 de agosto de 2024

Minha casa

 Paro , olho em volta e nada vejo. 

Volto ao início.  Os galhos estavam secos, o jardim coberto de folhas . As árvores murchas, os frutos minguaram. “Onde será que foi parar meu pé de abacate? Meu balanço?”

A casa de cor esmaecida convida-me a entrar, no canto da sala uma cadeira de palha e uma boneca sem braço, móveis de pés palito se impõem ao centro. Tudo parece tão menor , “será a casa certa?” Sigo pelo quarto, vazio, soturno. Um pássaro sobrevoa- me a cabeça, assustei-me . Volto ao quintal. A grama cobriu metade do muro, não se via mais a toca das saúvas, será que ainda estavam lá?

Na rua o asfalto tomou conta dos paralelepípedos. Um prédio de vinte andares ocupou a vila rosa em frente .

Minha imagem refletida em um caco de espelho jogado no jardim conversa comigo, “o que veio buscar aqui?” “meu ponto de partida”, falei. O caco de espelho encara-me e pergunta , “encontrou?” 

Encostei no espaço onde outrora havia um portão, contemplei meu entorno e parti. Não estava ali o que precisava encontrar. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário