Paro , olho em volta e nada vejo.
Volto ao início. Os galhos estavam secos, o jardim coberto de folhas . As árvores murchas, os frutos minguaram. “Onde será que foi parar meu pé de abacate? Meu balanço?”
A casa de cor esmaecida convida-me a entrar, no canto da sala uma cadeira de palha e uma boneca sem braço, móveis de pés palito se impõem ao centro. Tudo parece tão menor , “será a casa certa?” Sigo pelo quarto, vazio, soturno. Um pássaro sobrevoa- me a cabeça, assustei-me . Volto ao quintal. A grama cobriu metade do muro, não se via mais a toca das saúvas, será que ainda estavam lá?
Na rua o asfalto tomou conta dos paralelepípedos. Um prédio de vinte andares ocupou a vila rosa em frente .
Minha imagem refletida em um caco de espelho jogado no jardim conversa comigo, “o que veio buscar aqui?” “meu ponto de partida”, falei. O caco de espelho encara-me e pergunta , “encontrou?”
Encostei no espaço onde outrora havia um portão, contemplei meu entorno e parti. Não estava ali o que precisava encontrar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário