sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

A Morte

Nos últimos tempos tenho pensado muito sobre a morte, mas venho adiando escrever sobre ela. Talvez pelo receio do impacto que pudesse causar ou por temer encará-la, não sei. Porém hoje resolvi colocar meus fantasmas sobre o assunto para fora e para minha surpresa ao começar este texto me peguei com a vontade de escrever não sobre a morte terrena da matéria, como era meu desejo inicial, e sim sobre a morte dos valores. Foi como se de repente tivesse me dado conta de que a morte terrena não fosse tão “dolorosa” e “lamentável” quanto a dos valores, não que não faça sofrer, mas por mais dor que possa causar temos que admitir ser natural, previsível, na verdade é a única certeza da vida. Mas a dos valores não é dessa forma, além do que eles, os valores, podem ser ressuscitados.
E refletindo sobre o assunto me pergunto o que está havendo com o mundo dito, moderno. Será que a tecnologia esfria as pessoas e as tornam seres insensíveis, capazes de não enxergarem seus deveres e passarem por cima dos direitos alheios? Por que os valores andam em sentido oposto ao da modernidade e praticidade? Será que temos que voltar no tempo para termos nossos valores de volta?
Lembro com saudades da época em que ter educação era algo normal, as pessoas, mesmo sem se conhecerem, davam bom dia no elevador, pediam licença, diziam obrigada(o), davam lugar aos mais velhos espontaneamente, enfim eram educadas por natureza e não por obrigação. Hoje em dia nos chama a atenção quando deparamos com alguém assim. E o que dizer dos valores como respeito, solidariedade, ética e outros mais que parecem que vivem a era da extinção.
O que é que está havendo? Não sei, mas tenho certeza que não é natural e que pode ser mudado. Não é por que todo mundo estaciona o carro na calçada que vamos fazer o mesmo, por exemplo. Por que é que temos a tendência de sermos persuadidos a seguirmos maus exemplos? Será que é por falta de punição? Ou por falta de consciência? Ou das duas coisas?
 
O que me consola é acreditar no poder de superação e recuperação do ser humano. Acredito que é possível, não reviver o passado, mas aflorar a consciência para uma ressurreição... não, pensando melhor, para um acordar dos valores, pois creio que eles não morreram, mas podem ter adormecido ou estarem esquecidos em um canto qualquer da consciência e podem ser despertados.
Cabe a cada um ter a real noção do que são os valores e quais são. Pode–se até aprender sobre eles, mas não há como exercê-los se não temos por nós mesmo um dos valores mais importantes que é o respeito.
(Venda do livro Tudo Na Vida É Passageiro através do site clube de autores: http://www.clubedeautores.com.br/search?what=bia+tannuri)
01-10-2010

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